sábado, 28 de dezembro de 2013

Da Paciência (e Do Pôr-se a Jeito)

Tenho a ideia que a paciência é uma virtude. Mas também é uma virtude ter-se alguma ponderação. Tanto na paciência que se tem como na que se espera dos outros.

Devo confessar que já fui menos paciente do que sou hoje. O "sangue na guelra" leva-nos a ter reacções que pecam por ser pouco pacientes. E até se corre o risco de ser mal-educado. Mas, como tudo, a Vida ensina-nos que a paciência é uma coisa boa. Que devemos ser pacientes, nem que seja por uma questão de auto-preservação. E, quanto mais gostarmos de alguém, mais paciência se deve ter. Aliás, gostar muito de alguém (ou de alguma coisa) obriga-nos a ser pacientes. Acho que deve ser uma obrigação consciente e quase voluntária. Mas tem mesmo de existir.

Por outro lado, o excesso de paciência pode anular personalidades. E, mais uma vez, a Vida ensinou-me que ser demasiado paciente pode facilmente confundir-se com ser permissivo. E submisso a todos os caprichos e vontades dos outros. E o equilíbrio aqui é, novamente, a solução.

Perder a paciência não é necessariamente mau. É Humano. Perdê-la constantemente é ter mau feitio. Por ser demasiado paciente, pus-me a jeito para, em algumas alturas, ser mal-tratado e desrespeitado. E posso ter passado a algumas pessoas a ideia de ser fraco. De que podiam comtar sempre com a minha compreensão porque até sou um gajo porreiro. Nessas alturas tive de me "sacudir". E dei a ideia de ser egoísta e mal-educado. Se alguém tem essa ideia, lamento. Mas devem pensar 38 vezes no que, por uma razão ou por outra, uma pessoa paciente aguenta até ter uma reacção mais abrupta. E para conseguir fazer isto só há uma solução: acalmar-se e pôr-se no lugar dos outros. Verão que tudo fica mais claro. Mas esta capacidade não é para todos. E à falta desta capacidade chama-se egoísmo. Nos casos piores chama-se mesmo egocentrismo.

Assim sendo, sejam pacientes com as pessoas de quem gostam. Ou quando acharem que devem de ser. Mas não se ponham a jeito para sofrimentos tontos. Porque se se puserem a jeito, a culpa não é dos outros. É única e exclusivamente vossa.

Beijos & Abraços,

MP

Dos Insultos À Inteligência

O meu Pai diz sempre que devemos pensar que os outros são, pelo menos, tão inteligentes como nós. E ele tem razão. Assim não corremos o risco de insultar a inteligência de ninguém. :)

Os insultos gratuitos ou justificados (mas verbalizados) são o que são. Ou se responde, ou se releva. Mas são mais ou menos fáceis de lidar. Em última análise, o tempo encarrega-se de resolvê-los. Acabamos mesmo por perdoar e, eventualmente, esquecer.

Mas os insultos à inteligência... ai ai! Isso é que não. Sejam por actos, omissões, pensamentos, palavras vãs ou através de raciocínios parolos que tentam convencer os outros das coisas mais absurdas. Isto ofende e aborrece qualquer ser minimamente inteligente e consciente. Esclarecimento: não tenho a pretensão de ser mais ou menos inteligente do que ninguém. Tenho a minha inteligência. Que é minha. E é, como tudo, relativa.

Poucas coisas me irritam mesmo a sério. Mas esta é, definitivamente, uma delas. Irrita-me que tenham a pretensão de dar-me a volta. E, mesmo quando me dão a volta, fiquem a saber que eu apercebo-me. E às vezes até me deixo levar. Mas conscientemente. Que disso não haja dúvida!

Aqui colocam-se duas situações. Há seres que nos insultam a inteligência de forma consciente. Esses, para mim, não valem a água que bebem e são um esperdício de oxigénio. Outros há que, por confusão, incoerência ou pura falta de consciência, o fazem de forma inconsciente. Com esses tendo a ter alguma paciência. Até o dia em que, como qualquer ser Humano, me farto. E aí não há volta a dar. Não sou de vinganças tontas nem de perder muito tempo a pensar como vou prejudicar alguém. Mas, perante insultos constantes à minha inteligência, decido manter as coisas a um nível mais superficial. E, sobretudo, a não ter expectativas de espécie alguma.

Sentir-me palhaço não é bem a minha praia. O nariz vermelho e os sapatos grandes são para serem usados por profissionais que exercem bem essa arte. Mas eu, apesar de gostar imenso de rir de de dizer piadas, não tenho mesmo vocação para tal. Se ainda for para ser voluntário da operção "Nariz Vermelho" contem comigo. Mas para abusarem da minha boa-vontade, por favor dsenganem-se.

Não faço mal a ninguém e tenho sempre muito cuidado para não insultar a inteligência dos outros. Peço encarecidamente que tenham a mesma cortesia para comigo.

Beijos & Abraços.

MP