sábado, 27 de julho de 2013

Do Sentimento e Do Pensamento (ou Do Coração e Da Razão)

Amiguinhos,

Muitas vezes na minha vida me deparei com situações periclitantes que exigiram soluções mais ou menos rápidas. Sempre gostei de resolver tudo de forma rápida, mas eficaz. E tomar decisões sob pressão é uma arte. Não digo que a domine. Mas já tive de decidir depressa algumas vezes. 

As decisões que não são urgentes permitem um amadurecer de ideias que acaba sempre por ser benéfico. Menos para os pamonhas. Esses enrolam, empurram com a barriga e no fim... Ou não se resolve, ou alguém tem de resolver por eles. Tornam-se portanto desnecessários e, em alguns casos, até atrapalham.

Neste assunto em particular, devemos ter em conta duas dimensões essenciais: o que se sente e o que se pensa. E esta é uma dicotomia que, embora muito difícil de gerir, tem de estar sempre presente em tudo o que fazemos. E vamos partir do princípio que todos temos sentimentos e todos temos a capacidade de pensar... ;)

Quando falamos em coisas que são, por definição, opostas, não podemos deixar de considerar as situações extremas. 

Quem se guia só pelos sentimentos corre riscos sérios: se for demasiado bom, toma decisões e atitudes por pena (ou por alegria excessiva). Quem tiver um ego gigante, toma decisões por capricho. Tanto um como outro se tornam, num contexto de uma realidade normal, inúteis.

Quem consegue racionalizar tudo e age sem sentir, não consegue sentir a realidade humana que está (mais ou menos) presente em todas as situações. Até pode ser confortável até uma certa altura. O problema é que, á medida que se envelhece, vamo-nos "humanizando". Mas o mal pode já estar feito e vamos acabar por ficar sós e a chorar todas as noites até adormecer. E a realidade é que ninguém se vai importar.

Mas no meio... No meio é que está a virtude. Aplicar doses adequadas e equilibradas de sentimento e pensamento em tudo o que se faz é a base para decisões e atitudes ponderadas que nos permitem, depois, viver com elas. Porque temos a noção que tivemos em conta todas as vertentes da realidade. As atitudes até podem revelar-se erradas. Mas não foram frias nem precipitadas.

Devo confessar que sempre fui mais adepto de sentir tudo o que faço. Mas a vida também nos ensina a pensar antes de agir. E, se algum dia chegar a um equilíbrio bom, parece-me que tudo se tornará mais fácil. É que, com o direito de tomar atitudes e decisões, vem o dever de, depois, viver com elas.

Pela minha experiência (relativa) tenho uma máxima que gosto de aplicar a tudo: se se sente que está bem, vale a pena fazer. Se se pensa que está mal, mais vale estar quieto.

O que nunca se deve fazer é forçar a razão ou o sentimento. Porque forçar uma ou outra trará, seguramente, arrependimentos por não se ter tentado ou por ter feito asneira.

Para combater isto podemos sempre tomar a decisão de não nos arrependermos de nada. E ir em frente. Procurando sempre aquele lugar, entre a cabeça e o coração, onde a nossa consciência fica tranquila.

Difícil, não é?? Pois. Ninguém disse que era fácil. :)

Beijos & Abraços.

MP



quinta-feira, 25 de julho de 2013

Das Coisas que Aparecem de Surpresa

Amiguinhos,

Ao ler o título deste texto, alguns de vocês podem pensar: serão surpresas boas ou más? Pois eu acho que essa questão nem se coloca! :) Se a jusante, as coisas que aparecem de surpresa podem revelar-se boas ou más, a verdade é que, a montante, tudo o que surja de repente e sem ser esperado tem o efeito de "abanar" a nossa vida, de lhe dar alimento novo, de ser uma lufada de ar fresco à nossa existência.

É claro que falo de surpresas em geral: a promoção que não esperávamos, o prémio do Euromilhões, a pessoa que julgávamos que nunca fôssemos encontrar, o acidente de carro... Seja o que for. A verdade é que, sem acontecimentos inesperados, tudo te torna, mais cedo ou mais tarde, monótono. E a monotonia até pode ser agradável para quem quer viver uma vidinha descansada... Ou deprimente. Decidam vocês. :)

Tenho para mim que as surpresas devem ser encaradas como desafios. E explorá-las, vivê-las ao máximo e depois... Aprender com elas. Acho que todos chegamos a uma idade em que a procura de coisas novas se revela ou muito difícil, ou perigosa. As surpresas têm essa vantagem: ninguém as procura. Pura e simplesmente aparecem! E dão-nos motivos para pensar, agir e resolver. Aprendemos e, acima de tudo, vivemos mais e de forma mais intensa.

Assim sendo, não ponho nada de parte, não me escondo de nada. Sigo instintos, sentimentos, medos... Com a ponderação óbvia que a realidade exige. Mas ficar de braços cruzados é que não!

Porque depois olhamos para trás e vemos que a vida nos passou ao lado. É certo que também nos passam ao lado as desilusões. Mas Deus me livre de viver menos por ser demasiado ponderado. :)

Beijos & Abraços,

MP


sábado, 13 de julho de 2013

O CD do Scat

Olá Amiguinhos!

Para os que não sabem o que é o Scat, eu explico: o Scat é um bar de música ao vivo no Funchal, Madeira. O estilo é marcadamente jazzístico. Mas, essencialmente, faz-se música no Scat. Música boa. Além disso, a selecção de bebidas é óptima, a comida deliciosa e o serviço melhor ainda.

Agora que já todos se situaram, vou falar-vos... do CD do Scat! :)

O Scat fez um CD com temas tocados lá, ao vivo, por uma variedade de Músicos Madeirenses e não só. É tão simples quanto isto. E fê-lo bem: desde a selecção musical à mistura, passando pela masterização e pela imagem. A imagem então está uma delícia!

E eu achei isto maravilhoso! E histórico. E pioneiro. Porque toda a gente fala do tormento que é gravar um CD: pelas horas de estúdio, pelos pormenores, pela produção, pelo dinheiro... Sim, dizem que custa "horrores" gravar um disco (já não é bem assim). Mas a verdade é que aconteceu e ficou muito bom. O Ricardo escolheu e fez pré-misturas, a Marta imaginou e realizou a imagem e o Márcio disse que sim. E pronto: matrizes para masterizar, gráficas a trabalhar e... Já há um registo do Scat, de alguns dos Músicos que lá tocaram. Houve vontade, houve trabalho e houve dinheiro. E, acima de tudo, houveram acções em vez de palavras.

E é disto que não quero que se esqueçam. Fez-se história com trabalho e pouca conversa. Porque as pessoas eram as certas. E acreditem que foi uma mudança. Porque fala-se muito. Perde-se muito tempo de cigarro na boca a olhar para o tecto com ar pensativo e com discursos intermináveis que, no fim do dia, não trazem nada de novo. E perde-se muito tempo a disparar nomes de músicos, numa verborreia enciclopédica que é, essencialmente, aborrecida. E perde-se tempo a escrever críticas sobre o "período azul" do José Manuel, o melhor saxofonista sopranino de Ferreira do Zêzere, que fez um disco com "gosto a romã e cheiro a terra". Bah! BAAHH! Sentem-se e toquem! Os ouvintes agradecem, a música ganha e, acima de tudo, não se perde tempo.

Portanto: parabéns ao Scat, à Marta Oliveira, ao Ricardo Dias e ao Márcio Nóbrega. E aos Músicos que tocam no CD. Parabéns e Obrigado! E que haja mais CDs destes. Que venham o "Scat Live Sessions #2" e o 3 e por aí fora. 

E lembrem-se: semanas de trabalho focado e eficaz fizeram mais do que anos de conversa. E isto não é a minha opinião: está à vista.

Beijos & Abraços.

MP