Hoje venho falar de três coisas (ou, se quiserem, sentimentos) que podem dar a volta à cabeça de muito boa gente. E que podem, em última análise e em casos extremos, dar origem a confusões desmedidas e a decisões catastróficas.
É verdade que há um tempo na nossa vida em que tudo cheira a inocência. Tudo é inconsequente. Quase todas as coisas (e pessoas) novas trazem adrenalina e sentimentos giros (não são necessariamente bons... são giros). E nós mudamos de coisas, de pessoas, de manias, de hobbies como quem muda de camisa (partindo do princípio que todos temos bom senso e achamos que uma camisa não se deve usar mais do que um dia sem ir a lavar). E esta, meus amigos, é, para quem gosta de felicidade pura e dura, a melhor altura da vida. Podem estar em desacordo comigo... mas podem também não ter vivido esta altura em pleno...
Depois vamos crescendo. As coisas vão tornando-se mais sérias, sisudas e (pior) consequentes. Até a adrenalina tem que ser bem medida, as coisas já devem durar mais tempo, as manias são menos (ou mais esquisitas) e os hobbies que ficaram são para o resto da vida. E as pessoas? O que é que fazemos com as pessoas?
Manda o bom senso, a ordem das coisas, o meio onde vivemos e mais meia dúzia de desculpas esfarrapadas que, também as pessoas devem ser menos. (nota do escritor - não sou nenhum maluquinho. É CLARO que as pessoas devem ser menos!!) Devemos escolher quem queremos ao nosso lado e... ir em frente.
Aqui temos duas categorias de pessoas: aquelas a quem tudo corre bem... e as outras.
A quem tudo corre bem, serão as pessoas que, uma vez escolhido "that special someone" vivem uma vida bonita, feliz, sem sobressaltos e cheia de coisas boas. Um casamento (se for essa a vossa onda) feliz, filhos, netos, festas, amigos... and so on, and so on. Aqui temos (por mais voltas que queiram dar) uma vida adulta que, para todos os efeitos, foi vivida com Amor.
Depois há aqueles que, por azar (sim, porque mais cedo ou mais tarde vão ver que é azar), tropeçam com outras pessoas. Não necessariamente por serem promíscuos (esses não têm azar, têm defeito). Mas porque, um belo dia, por uma série de circunstâncias mais ou menos mirabolantes e que só a eles lhes dizem respeito, encontraram outro ente e disseram: "porque não?".
E então, ou se perde toda a humanidade, se controla tudo com a frieza de um robot e (nos casos mais bicudos) se chegam a viver vidas duplas (que não interessam nem ao Menino Jesus e acabam por envelhecer-nos sem necessidade)... ou então... cede-se. E está o caldo entornado. Pior: admite-se que está o caldo entornado. Porque ele já entornou quando alguém decidiu dizer "porque não?"...
E fazem-se mudanças na vida que, até podem resultar, mas que deixam marcas. Marcas que nunca mais saem. Tudo por causa de:
Deslumbres - Quando se sente "isto é que é. Afinal é desta pessoa que gosto. Não é justo ter que estar com aquela se é desta que gosto.". Deslumbre porque é novo, porque é diferente. Porque quebrou monotonias e nos fez pensar que podíamos voltar a ser inconsequentes por breves instantes, dias, semanas ou meses. Raramente resulta. Não se fica só o tempo suficiente para "enterrar mortos" e fazem-se asneiras descomunais;
Coisas confortáveis - Quando as coisas não estão bem com quem se está e, por acaso (ou não) se encontra alguém com quem é confortável estar. Seja porque foi um caso inacabado de há não sei quantos anos, seja porque nos trata melhor... seja pelo que for. É confortável porque, quando está controlado, tudo corre bem... até deixar de estar. E quando deixa de estar... sofre-se. Porque há dúvidas. Porque há muitos "e se...". Não funciona e dizem as más (ou boas) línguas que se deve, pura e simplesmente, deixar... deixar de estar confortável. E voltar à vida real.
Do Amor já vos falei no início. Corre tudo bem. Há brigas, há tempestades, há gritos, há choros... mas Amor, amiguinhos, não é só atravessar um lago saltando docemente de nenúfar em nenúfar. É ser consequente e estar ao pé de quem se gosta mesmo quando as coisas correm mal... para tentar consertá-las ou para chegar à conclusão que não dá mais.
Mas que se faça bem, de forma correcta e pelos motivos certos.
Não quero ensinar nada a ninguém. Mas apeteceu-me escrever sobre isto.
Beijos e Abraços,
MP
Olá Amigo Pires!
ResponderEliminarPara mim a vida é uma grande escola, y tal como na escola e para aprender diferentes lições mudamos de sala de aula, mudamos de professores, aprovamos, reprovamos... enfim vivemos o que o momento nos trás e vivemos das escolhas que fazemos... e deixamo-nos julgar, e deixamo-nos examinar e colocamos nos outros a responsabilidade de dizer que somos bons ou maus. Entendes onde quero chegar?? Pois, pois! essa coisa a que chamamos liberdade só existe quando decidimos assumir a responsabilidade (não a culpa...) da consequência das nossas decisões de vida, é algo que sai do nosso interior. A opinião e o julgar dos outros não passa de isso mesmo... de algo exterior a nós que não deveriamos deixar interferir no nosso direito à liberdade, a liberdade de Ser.
E sabes que mais?Bem, na minha opinião, claro; o amar está no presente, aqui o "e se" não deveria contar porque seria viver no passado ou no futuro ou numa realidade paralela que não podemos conhecer...
Assim que meu querido amigo de infancia, vivamos, sejamos livres, sejamos donos de nós sem sentir a necesidade que justificar porquê amamos da forma que amamos...
Um Abraço
Marco (o do bêco a doca ;-P)