segunda-feira, 25 de abril de 2011

Do Talento (Parte 3)

Amiguinhos,

Esclarecimento: o talento, para mim, deve ser o princípio das coisas. Depois vem o estudo, a prática, a dedicação, os truques... Enfim: o que quiserem.

Não vejo nem percebo o talento com um fim em si mesmo. Mas tambem acho que deve ser condição essencial para se seguir em frente com o desenvolvimento. E desvalorizar o talento é feio... Digo eu.

Beijos & Abraços,

MP

Location:Madeira

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Dos Aeroportos

Amiguinhos,

Sempre gostei de Aeroportos. Do movimento, da cor, da diversidade das pessoas, da quantidade de coisas diferentes que se encontram no mesmo sítio... Tudo isto arrumadinho no mesmo pacote com outra das minhas coisas preferidas: viajar!

E gosto também do que os Aeroportos representam: a saída para algum sítio novo, o reencontro com malta com quem não podemos estar sempre, a chegada a casa depois de uma viagem em trabalho... É claro que também há motivos maus para se estar num Aeroporto... Mas não são assim tantos! E, sobre esses, prefiro nem falar... :)

A verdade é que, associada à noção de Aeroporto, está sempre a ideia de algo que muda... Ou que mudou! Reparem que a mudança pode não ser necessariamente para melhor: há sempre uma componente de risco nestas coisas. Mas, mais risco menos risco, mais alegria menos alegria, a verdade é que a passagem por um Aeroporto vai trazer uma mudança... Por pouco que seja, algo muda... Por pouco tempo, por muito tempo, para melhor, para pior... É diferente!

E isto Amiguinhos, faz parte da essência de nos sentirmos vivos!

Beijos & Abraços,

MP

Location:Entre o Porto e o Funchal

domingo, 10 de abril de 2011

Dos Sítios Giros e das Lavagens À Alma

Olá Amiguinhos!

De vez em quando preciso de sair. Preciso de largar tudo o que me é familiar, comum, quotidiano, vulgarzito... Normal. Não é que precise de motivo. Mas se tiver de haver algum, que seja para manter uma sanidade mental relativa e uma perspectiva fresca de que os limites da Ilha não são os limites do Mundo...

Não me interpretem mal: conheço uma parte do Mundo. Mas, aqui e ali, preciso de sentir esse Mundo. Nem que seja voar até o rectângulo...

As almas lavadas funcionam melhor, sentem melhor, vêem melhor, criam melhor... E nada lava melhor uma alma do que uma viagem! Seja pela distância geográfica a que ficamos dos entes que nos causam desconforto... Ou pelo mais puro dos motivos (aquele que, na essência, devia ser o único): ver, sentir e viver coisas diferentes. É pena que ainda não seja tão barato lavar a alma como lavar o carro no Elefante Azul...

Até porque depois, pior do que ter vivido outras realidades e saber que elas existem, é a saudade que elas deixam... Mais uma vez: não me interpretem mal. Gosto da Ilha e quero a Ilha para mim... E também gosto de outras coisas! :)

Beijos & Abraços.

MP

Location:Porto

domingo, 3 de abril de 2011

Do Talento (Parte 2)

Amiguinhos,

Descoberto que está algum potencial talento numa criança (ou adolescente), e partindo do princípio que ele nos deixa estimular e dar-lhe as ferramentas para educar e "domar" essa talento, começa a fase mais determinante (na minha opinião) da formação de um Artista (seja em part-time ou em full-time).

Nesta fase, entendo que não nos devemos esquecer de duas vertentes importantíssimas:
- a formação;
- as vivências.
Tenham em atenção que quanto mais talento houver, mais tendência a criança terá para descuidar-se na formação. E, devido à permeabilidade do espírito nestas alturas, as vivências serão determinantes, essencialmente, na forma de estar futura.

Sendo assim, a formação deve ter três características: método, solidez e acompanhamento. Sem método, a criança perde interesse e a evolução real fica difícil de avaliar. Métodos pouco sólidos produzem artistas medíocres que arranjam "desculpas de mau pagador" para desculpar falhas básicas. A componente de acompanhamento é, como em todas as áreas da educação, essencial para uma avaliação sustentada e pode evitar desleixos que, descobertos tardiamente, podem comprometer seriamente todo o processo.

Sobre as vivências, cabe aos Pais e Educadores estarem atentos. Esta componente tem a ver essencialmente com a convivência com colegas de aprendizagem, artistas que já exercem, público em eventuais audições, etc. E refiro-me, acima de tudo, aos deslumbres que os elogios, os aplausos e as palmadinhas nas costas podem originar. Para mim a regra de ouro é: quem avalia Alunos, são os Professores. E quem avalia os Artistas é o Público. Ou seja, enquanto não estiver completo o processo de formação, deve sempre olhar-se para a criança como Aluno e não como Artista. Não quero de forma alguma parecer frio ou cruel. Este é um ponto de vista que, a longo prazo, só traz benefícios. Posso até exemplificar: em vez de se aplaudir de pé um aluno de piano por ter tocado uma peça básica, porque não dar-lhe boa nota, aplaudir de forma normal, e dizer-lhe "estiveste bem" (se for esse o caso)? Incentiva na mesma mas não deslumbra. Não mete numa cabeça permeável e fresquinha a ideia de que "sou mesmo bom nisto!!!".

Por favor tenham em atenção que o inverso também se aplica: o insulto, o gozo e os gritos (odeio gritos!!) têm o efeito perverso. As chamadas de atenção e as notas negativas devem ser dadas com a mesma moderação que defendo para os elogios. Bem sei que há casos em que regimes duros e abusivos geraram grandes executantes e, em alguns casos, grandes Músicos (sim! Há diferença entre executante e Músico...). Mas a pessoa por trás do Artista era, por norma, um infeliz cuja vida não acabava muito bem...

Relembro que todo este texto diz respeito apenas ao período de FORMAÇÃO de um Artista. Idealmente quando é criança ou adolescente. E relembro também que não sou especialista. Mas tudo isto me parece lógico. :)

Beijos & Abraços,

MP

Location:Funchal