quinta-feira, 20 de março de 2014

Da Reciprocidade

Nota - Este texto não tem a pretensão de ensinar nada a ninguém. É apenas o meu ponto de vista. E vale o que vale.

Uma das coisas pelas quais guio a minha vida e das quais (por enquanto) não abdico, é da reciprocidade. E notem que digo "por enquanto" porque aprendi a abdicar de tanta coisa em função de uma vida estável (leia-se "mais cómoda"), que o abdicar já se tornou confortável para mim. Talbez esteja na altura de desabdicar. Ou não...

Acredito que tudo na vida é (ou deve ser) recíproco. Que, de alguma forma, o que damos aos outros (e não falo de bens materiais), nos deve, mais cedo ou mais tarde, ser devolvido. Não é por esperar nada em troca. É meramente uma questão de justiça do Universo para com quem dá. Quem dá, de bom grado, ajuda e sentimentos bons. E mesmo que não seja em vida, prefiro acreditar que, depois dela, na outra, hão-de estar coisas boas à minha espera. Ou coisas más, dependendo do que eu tiver feito.

Já que que falei em coisas más, sou incapaz de devolvê-las a alguém. Chamem-me tonto e palhaço à vontade. Mas não sou capaz. No máximo, afasto-me. É que odeio brigas e situações em que temha de estar "de mal" com alguém. Como, de uma maneira geral, as outras pessoas tendem a ter mais amor próprio do que eu, penso: "eu é que devo estar mal". E quem está mal, muda-se. É simples.

Parte do coração e do senso de justiça das pessoas se devem retribuir o que os outros lhes dão. Mas também acho que se deve retribuir de boa vontade e quando acha que se deve. Fazer fretes é que não! E quando a outra pessoa é minimamente inteligente, nota. E sente-se insultada e enganada. Quase que se pode aplicar aos sentimentos a velha máxima das dádivas de bens materiais: "Cada um dá o que tem e a mais não é obrigado". Coloco ênfase no "o que tem". Quando não tem, não dá. Não é obrigado. Mas mandam as regras da boa educação e da convivência sã que se diga "não tenho. Não tenho para te dar". Assim o ciclo de reciprocidade fecha-se com naturalidade e sem sofrimentos tontos.

Perguntar-me-iam: mas porque é que dás tanta importância a essa treta da recirpocidade? A resposta é simples: é que TODA a gente gosta de receber coisas boas. Cria um equilíbrio sólido que nos dá a todos uma sensação de bem-estar e de estar bem com a vida. Faz-nos sentir que as situações e as pessoas valem a pena. E isso é tão bom!

Também me podem perguntar: mas vais deixar de dar se não for recíproco? Respondo: claro que não! Porque, se o que se procura na vida é equilíbrio, essa procura deve ser constante. Assim sendo, um dia há-de aparecer uma qualquer reciprocidade. E aí... estamos no Céu.

Na minha opinião recirpocidade é um dos combustíveis para viver, enfrentar situações e suportar limitações. Não é que de outra maneira, não se suportem. Fica é muito mais difícil.

Beijos & Abraços,

MP

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