Pois. Tinha de ser. Hoje é Dia do Pai e aqui vou eu escrever sobre o Pai. Só peca por tardio este texto. Há muito que me apetece escrever sobre isto. Por todos os motivos e mais alguns.
Como devem calcular, sobre o meu Pai vou escrever por experiência. Sobre ser Pai... Bom, aí terá mesmo de ser por instinto ou por intuição. Outro remédio, por enquanto, não tenho.
A minha vivência com o meu Pai sempre me fez acreditar e gostar da Paternidade. Gostar genuinamente da relação entre um Pai e um Filho. Seja numa posição ou noutra. Tenho para mim que o Pai deve ser um super-herói. Mesmo depois de velhinho e com alguma limitação que possa vir a ter. Aos meus olhos foi, é e será sempre um super-herói. O meu Herói.
O Johnny Depp quando pegou no primeiro filho ao colo pela primeira vez, terá dito alguma coisa do género: "ah! Então é para isto que eu existo!". Não sei se será bem só para ser Pai que se existe. Mas, na minha opinião, nenhuma existência é plena sem se ser Pai. Sem participar na concepção e educação de uma ou mais crianças. E o meu Pai fê-lo. De forma exemplar. Três vezes. Ou seja, se mais nada lhe restar na vida, terá sempre a consciência que ajudou a conceber e a educar três pessoas. Com forças e fraquezas, com qualidades e defeitos. Mas, acima de tudo, gente boa. Sobre os meus Irmãos, asseguro-vos que são gente boa. Sobre mim, é deselegante estar a por-me medalhas de bom comportamento. Quem me conhece terá seguramente a sua opinião.
O meu Pai é um Homem bom. Foi disciplinador quando teve de ser, foi doce e incentivador quando teve de ser. E primou (e prima) pelo equilíbrio dos conselhos que dá. Pela facilidade que tem em dar tudo o que pode aos Filhos, ensinando-lhes ao mesmo tempo o valor do trabalho honesto e o orgulho que se deve ter em atingir objectivos. Sejam eles materiais ou não. E pela naturalidade com que nunca pediu nada em troca e que abdicou de muita coisa em favor da prole. O meu Pai é Grande. E quando ele for embora, asseguro-vos que o Mundo vai ficar muito mais pobre. Eu vou ficar muito mais pobre. Vai faltar-me um pedaço. Apetecia-me pedir-lhe que vivesse para sempre. Mas isso é o meu lado egoísta. Peço-lhe então que fique por cá enquanto puder. Porque isto sem ele não é a mesma coisa...
Confesso-vos que gostava de ser Pai. Acima de tudo e antes de tudo, pelo exemplo que tenho em casa. Bem sei que a minha vida (por motivos que, honestamente, são agora irrelevantes) não mo proporcionou. Tenho noção plena, pelos exemplos de casa e de Amigos meus que já o são, da responsabilidade e da entrega que são necessárias. Que são obrigatórias. A imagem que mais me ocorre quando penso em como gostaria de ser Pai é a de uma Criança (que não pediu para nascer) a dar-me um puxão nas calças e a pedir-me ou a queixar-se de alguma coisa. E tudo pára. Tudo tem de parar para lhe dar atenção. A atenção que ela pede, precisa e merece. Durante o tempo que for necessário. E tudo o que me apoquentar tem de ficar em stand-by. Porque o que ela precisa é de um super-herói. Não é de um homem normal. Sei que a vida muda quando somos Pais. Muda de um momento para o outro. E muda para sempre. Mas que mudança boa deve ser essa... :-)
Ao meu Pai agradeço-lhe por tudo o que fez e por tudo o que não fez. Agradeço-lhe desde já por tudo o que vai fazer. Por ser quem é. Por existir. E espero, com todo o meu coração, um dia poder ser metade do Homem que ele é. E espero, eventualmente, poder vir a ser metade do Pai que ele é. Se fosse só assim, os meus Filhos já seriam seguramente felizes.
Exemplos e outras pessoas que admiro em várias áreas, também as há. Como é óbvio. Mas exemplo de vida e de humanidade, só tenho dois: os meus Pais.
Beijos & Abraços,
MP
Nota final - penso que em Maio escrevo sobre a Mãe. :-)
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