terça-feira, 11 de março de 2014

Dos Anjos da Guarda

Agrada-me a figura dos Anjos da Guarda. Acho-os doces, desinteressados e emanadores de coisas boas. Além disso, transmitem-nos um conforto caloroso e doce que pode, muitas vezes, ser confundido com outras coisas. Coisas que não são. Ou que podem não ser. :-)

Olho para o Mundo como o conheço e fica cada vez mais difícil de acreditar em Anjos na verdadeira acepção da palavra: criaturas aladas, com auréola e vestidas de branco que olham por nós e que, não fazendo nada de visível, terreno ou especial, nos protegem de alguma forma.

Assim, tive de relativizar a coisa. E encontrar nos seres terrenos aqueles que se afiguram (pelo menos perante mim) como verdadeiros guardiões da minha alma e da minha felicidade. E, se são criaturas terrenas, também eu posso ser Anjo da Guarda. E fui. E sou. Às vezes e com algumas pessoas.

Acho que nada é mais doce e caloroso do que saber que alguém olha por nós (ainda que à distância) e só nos envia coisas boas, sentimentos bons. Que, mesmo sem chegar perto, não nos desejam mal, não nos fazem sofrer e que, como por magia, nos poem a mão por cima quando fazemos asneiras ou quando a Vida nos prega partidas que, por um qualquer barómetro do Universo, não merecemos. Esses são, aos meus olhos e no meu coração, os verdadeiros Anjos da Guarda. E a esses guardo no coração. Até morrer e sem reservas.

Há quem diga que a proximidade com um Anjo da Guarda o pode anular enquanto Anjo. Podem até ter razão. Os Humanos têm a tendência de estragar tudo o que lhes é próximo. Mas penso que a proximidade das coisas e pessoas boas é bem-vinda. Mesmo que para isso tenham de existir barreiras relativas e ponderadas que evitem a destruição de seja o que for. Acredito mesmo nisto e não abdico desta crença.

E vou mais longe: para que alguém possa tocar o seu Anjo da Guarda sem destruir seja o que for, esse alguém também precisa de ser algo parecido. Por esta lógica, o Mundo fica mais bonito, mais doce e muito mais agradável. Idealmente até nos devemos guardar um ao outro. Assim duplicam-se e devolvem-se sentimentos bons, boas ondas e convivências leais e descansadas. 

Mas, quando tudo o resto falha, ser Anjo de seja quem for é bom. Sem esperar nada em troca e estando atento. Não é tão divertido e cria uma noção de vazio e de alguma impotência. Mas mesmo assim faz-nos sentir vivos e de bem com a Vida.

Conselho: sejam (ou tentem ser) Anjos da Guarda de alguém. Sê-lo-ão quando fizerem uma Criança feliz, quando forem companhia para quem está só, quando ajudarem quem precisa, quando fizerem uma festa a um animal... Há tantas formas de o fazer. Acreditem que é muito mais fácil fazer bem do que fazer mal. Digo eu.

Não digo que seja fácil. Mas com a prática chegamos lá de certeza.

A quem me estiver a guardar: agradeço do fundo do meu coração. E apareçam para vos dar um abraço. E prometo tentar não destruir nada. :-)

Beijos & Abraços.

MP

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