sábado, 17 de agosto de 2013

Da Boa Disposição


Ainda há dias havia alguém que me dizia: "tenta ser menos brincalhão. É que depois as pessoas não te levam a sério". Confesso que nem sei o que pensar sobre isto. Nem sei o que responder a estes entes. Será que têm razão?

Sempre brinquei com tudo. Todas as situações, por mais macabras que sejam, têm um lado leve. Ou engraçado. E isso não depende da situação em si. Depende essencialmente das mentes que a encaram. E da vontade de ser positivo e leve que os intervenientes possam ter. Por mais que nos custe brincar com certas coisas, a verdade é que assim ajudamo-nos a superá-las. E a aprender com elas.

Não me canso de dizer que a vida é um processo constante de aprendizagem. E isto não é demagogia. É assim mesmo. Tirar o melhor de todas as situações é uma arte. Uma arte que tento aperfeiçoar e dominar. Nem sempre é fácil. Mas com lágrimas e reflexões longas e sérias, fica mais difícil. Porque nos deixamos dominar pelo lado negro. E aí é o descalabro. Sei do que falo.

Sou brincalhão, mordaz, atento e (de acordo com algumas mentes brilhantes) demasiado "leve". Agora que já se riram todos por as palavras "eu" e "leve" estarem na mesma frase, passo a explicar. :) Encarar as coisas com a seriedade que elas merecem, não é sinónimo de ser cinzento ou sisudo. É aplicar doses de raciocínio assertivo nos momentos chave. É claro que, se todos os intervenientes estiverem virado para o cinzentismo, o "bem-disposto" de serviço passa a ser o palhacinho que ninguém leva a sério. O incapaz. O irresponsável.

Não podiam estar mais longe da verdade. Não é porque brinco com as coisas que deixo de pensar nelas de forma séria. Acima de tudo no que ao trabalho diz respeito. Uma conversa pode ser divertida. Mas os afazeres que dela resultarem têm de ser levados com seriedade e profissionalismo. Para depois podermos brincar novamente com o desfecho. A verdade é que, com boa disposição e muita gargalhada pelo meio, consegui levar a cabo operações difíceis, com o sucesso que elas tiveram. Não digo que, com pulso forte, não as conseguisse fazer na mesma. Mas não é a minha maneira de fazer as coisas.

A coisa fica negra quando confundem a minha boa disposição e simpatia com fraqueza. Aí apercebem-se (mais cedo do que mais tarde) que a força que uso para levar tudo com alegria e boa disposição, pode ser usada também para corrigir arrogâncias, faltas de profissionalismo, abusos de confiança ou seja o que for. É simples: a consciência limpa está do meu lado. Porque tentei a bem. Uma, duas ou três vezes. Depois disso, não é para tentar. É para conseguir, seja como for.

No que a mim diz respeito, há outro chavão que devem esquecer: os gordinhos são sempre bem dispostos. Não são nada. Para já, não sou gordinho. Sou gordo. Com todas as complicações ao nível da saúde que isso traz. E um dos sintomas não é, seguramente, ser bem-disposto. 

Ser brincalhão, positivo, leve ou bem-disposto, não está associado ao tamanho. Nem está associado a nada muito óbvio. É uma forma de estar. De ser. É um estado de alma. Cultivem-na. :)

Beijos & Abraços,

MP


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