Amiguinhos,
Quem teve a paciência de ler o meu texto sobre a Inocência, vai encontrar neste algumas coisas em comum. Mas a Infância, por para mim ter sido tão importante, não deixa de ter um papel muito importante na minha vida.
Acho que não há ningém que pense verdadeiramente que a infância "foi o que foi, mas já passou". Reparem que passamos os primeiros anos da nossa vida a desejar "ser grandes". E depois passamos o resto da vida a recordar com alguma nostalgia esses mesmos anos. É estranho e é não é consesnsual. Mas nós somos assim mesmo. E penso que até as pessoas que tiveram uma infância (dita) triste, se recordam das coisas boas desse tempo.
As infâncias más e problemáticas são, para mim, quase criminosas. Eu explico: cabe aos adultos responsáveis não deixar que as suas crianças (ou seja que criança for) sofram além do que é absolutamente necessário. É claro que é desde pequenino que começamos a aprender que a a vida, apesar de ser um mar de rosas, tem uns espinhos chatos pelo meio. Mas isso faz parte. Por outro lado, manda o bom senso que poupemos as nossas crianças a sofrimentos desnecessários. A pressões constantes, a noites mal dormidas, a stresses inadequados à idade e a dificuldades sérias.
Atenção: ser atencioso e responsável não é ser permissivo. A disciplina e a educação (mais ou menos) rigorosa e baseada em princípios sólidos, acabam por criar adultos com tendência para o equilíbrio. E, a partir de uma certa idade, a responsabilização pelos actos errados e a punição pelos mesmos, é salutar e recomenda-se. E ser responsável é também saber quando por o coração no frigorífico e fazer má cara, levantar a voz e aplicar castigos. O contrário é sempre mais fácil. Mas vai trazer consequências chatas. Por mais tarde que elas surjam.
É importante aqui realçar que não concordo que se tomem decisões só "por causa dos miúdos". Por mais amor que se tenha a uma criança, não deve manter-se um casamento ou uma relação para poupá-la a situações chatas. Um adulto responsável é isso mesmo: responsável. Mas não deve (nem pode) ser mártir. Nem pode perder a identidade. Porque, se assim for, as crianças notam. E acabam por sofrer de forma diferente. A solução aqui é ser suficientemente equilibrado para não deixar os miúdos saírem beliscados por situações criadas por nós. Porque eles não têm culpa nenhuma. A serenidade e a contenção são, aqui, essenciais.
Ser adulto é, necessariamente, uma consequência de já ter sido criança. De já ter passado por uma infância. E as relações com os adultos na infância vão (de forma mais ou menos marcada) definir as relações entre adultos. E, quanto a isso, não há volta a dar.
Como vocês devem saber, não gosto muito de falar de casos extremos. Mas eles também existem. Uma infância demasiado triste e desgraçada vai, seguramente, produzir um adulto problemático. Mesmo que este se "endireite", as mazelas internas ficam. Uma infância sem qualquer tipo de problema, castigo ou responsabilização, produz um adulto inconsequente e pouco preparado. E, a médio/ longo prazo, infeliz.
Não sou especialista no assunto. Nem pouco mais ou menos. Mas o senso comum e as vivências levam-me a chegar a estas conclusões de forma relativamente fácil.
Lembrem-se: fazer crianças felizes é trabalho difícil. Mas não é nada que não se faça. Perguntem aos meus Pais e aos meus Irmãos. :)
Beijos & Abraços,
MP
infância: esses doces tempos...
ResponderEliminarbeijinho, Miguel!
Conheci gente boa nessa altura. ;)
EliminarBeijinhos Andreia.