domingo, 18 de agosto de 2013

Dos Agitadores

Amiguinhos,

Em todos os movimentos que envolvem mais do que uma pessoa, aparece um tipo de ente que tem como função desestabilizar as coisas e/ou incitar a situações mais radicais. Este tipo de ave rara é também conhecido pelo agitador.

São pessoas sem utilidade nenhuma. Pelo menos no que diz respeito à utilidade honesta, não servem para nada. Servirão eventualmente para ser instrumentos de causas (ou pessoas) menos nobres. Ou então agitam por maldade. Tanto um como outro, não me merecem respeito.

As causas e movimentos de cidadãos devem fluir. Devem acontecer de forma natural e respeitando a Lei e a integridade física de todos os intervenientes. Desrespeitar este processo, incitando à violência ou à maledicência gratuita é, para mim, um acto criminoso.

Posso dar-vos um exemplo: basta largar uma bomba (destas de fogo de artifício) a meio de um ajuntamento de pessoas para levar ao caos. A fugas em debandada, a pânicos e, nos casos piores, a que haja pessoas feridas, esmagadas ou mesmo espezinhadas até à morte. Resultado: pessoas no hospital, famílias de luto e... pela causa não se fez nada. E, mesmo que a causa tivesse saído fortalecida por estas situações, nada é para mim tão importante como salvaguardar a vida e a integridade física de quem lá está.

Pessoas que dizem mal ou incitam a situações extremas só para ver "o circo pegar fogo" deviam ser presas. Ou seja, mesmo que a intenção seja boa, se não houver motivo honesto, se não houver responsabilidade, deixam de ser parte da causa. E passam a ser marginais que prejudicam as causas e, honestamente, não têm lugar na sociedade em que vivem.

Conheço pessoas assim. Que aproveitam os ânimos exaltados, a insegurança dos outros e a confusão para satisfazer um qualquer desejo de provocar situações extremas. E se calhar depois ainda se riem. Ou, no mínimo, vão para casa com a consciência tranquila. Se não têm consciência do mal que podem causar, são uns tristes. Se têm essa consciência, são maus. E com esses não quero ter nada a ver.

Mais um exemplo: em 1993 eu estive numa manifestação à frente da Assembleia da República. Estava no Ensino Superior e a manifestação versava o aumento das propinas e a reforma da política educativa que se operou na altura. O Corpo de Intervenção da PSP chegou. A coisa continuou de forma pacífica (com as palavras de ordem do costume) até... haver meia dúzia de idiotas que começaram a atirar latas e pedras à polícia. Resultado: carga! Cacetada a torto e a direito, sangue, gente presa... porque a ordem era "não fica ninguém na Praça de São Bento". Eu próprio levei umas bastonadas por causa dos agitadores. Os Polícias estavam a seguir ordens. Os agitadores... se calhar estavam bêbados ou aborrecidos. Não sei.

Existem formas decentes, correctas e eficazes de agitar. Seguindo a Lei e os princípios básicos da decência Humana. Tudo o resto é maldade, criancice, inconsequência  e desrespeito.

E quando se agita só para ver o que vai dar... Nem sei qualificar...

Beijos & Abraços,

MP


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