sábado, 10 de agosto de 2013

Das Desilusões


Amiguinhos,

Se há coisas que me entristecem, são as desilusões. Grandes, pequenas, médias, inesperadas, esperadas... Todas. Revoltam-me, irritam-me e, nos casos extremos, deitam-me abaixo. Não é por muito tempo. Mas deitam-me abaixo. 

Acho que o pior pensamento que me assalta depois das desilusões é sempre o "mas porque é acreditaste? Já não tens idade para ser imune a estas coisas?". E depois chego à conclusão que não. Na maioria dos casos a culpa não é minha. Prefiro acreditar nas coisas e nas pessoas. E se não valia a pena acreditar, lamento. Mas o positivo fui eu. Acreditei, quis acreditar e agi de boa fé. Se me desiludem é porque alguém se portou mal (ou alguma coisa correu mal). Mais nada.

É claro que a "capa" da maturidade (muita ou pouca) já me devia proteger de alguns dissabores. Mas como a capa é minha, uso-a quando quero. E prefiro andar pela vida sem capa. Ou seja, há uma espécie de abertura consciente a novas desilusões. É estranho e até paradoxal. Não tenho nada de masoquista, asseguro-vos. Mas tornar-me ermita também não dá. :)

Pensarão vocês: mas que rapazinho mais crente e esperançado. É. Se calhar até sou. Os meus posts aqui no blog andam sempre à volta disso. Mas prefiro assim. 

Tenho para mim que a última coisa que se deve perder na vida é a alegria de viver. Aquela ideia (ingénua) de que, se quisermos mesmo, podemos mudar o Mundo. Os desgraçados que pensam assim (e eu sou um deles) vão desiludir-se muito mais vezes do que os outros. Mas é com esses desgraçados que se faz a parte boa do Mundo...

A outra parte do Mundo é... normal. Não é melhor nem é pior. É normal.

Ficam aqui com uma Música do mestre Rui Veloso. Como estas coisas das desilusões trazem sempre ao de cima um lado escuro de quem as sente, este tema traduz bem o meu lado escuro. Sim, também o tenho. A vantagem é que, como diz a letra, "hoje não me recomendo". Mas amanhã recomendo-me outra vez. Até não me recomendar outra vez. :)

Beijos & Abraços.

MP


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