terça-feira, 27 de agosto de 2013

Dos Animais

Amiguinhos,

Desde miúdo que fui habituado a animais. Acima de tudo a cães. Grandes, pequenos, médios, rafeiros, de raça... Tudo. E tenho lido muita coisa escrita sobre este assunto. Muitos apelos, muita consciencialização. Estava na hora de escrever sobre isto.

Não recrimino quem tenha medo de animais. De cães, de gatos, de tudo o que tenha unhas, dentes ou bico. Por trauma ou porque sim. Cada um tem o direito de ter medo do que quiser. Por mais desnecessário que seja.

Mas tenho dificuldade em perceber as pessoas que não gostam de animais. Há qualquer coisa de errado com elas. É claro que por "animais" deve entender-se "animais domésticos". E para simplificar: cães e gatos. :) Quem consegue pura e simplesmente não gostar destes bichos, tem o coração (ou parte dele) congelado. Porque reparem: os animais pedem-nos muito pouco. Carinho, atenção e comida. Não pedem mais nada. E têm-nos um amor incondicional. Que não morre se lhes dermos uma palmada ou se os castigarmos por algum motivo.  E ninguém no seu perfeito juízo recusa amor incondicional.

Temos de ter a capacidade de dizer não quando sabemos que não temos condições para ter um animal ao nosso cuidado. Porque o resultado de ser temporariamente bonzinho e irresponsável pode lavar a um animal triste. Que não pediu para vir connosco. E que, acima de tudo, não estava a contar ser desiludido.

Costumo dizer que o comportamento de um animal é a extensão do ambiente que ele tem em casa. Animais calmos reflectem ambientes calmos, tranquilos e equilibrados. Os mais maluquitos, podem sofrer de falta de atenção ou de stresses provocados pelos donos. Até os mais mimados não têm culpa. Foram estragados pelos donos, de forma inconsciente, é certo. E depois têm desvios de comportamento que os podem tornar hostis ou mesmo mauzinhos. Mas a culpa não é deles. É nossa.

Tive a sorte de poder viajar um bocado. E, na maior parte dos sítios onde estive, são muito poucos os animais que vejo abandonados ou mal-tratados. E a Lei é muito mais dura com quem é mau ou negligente. E eu compreendo: se nós, enquanto indivíduos, não temos o bom-senso e a disciplina de respeitar os bichos, então que haja legislação que, pelo menos, nos leve a pensar duas vezes.

O que sei é que, quando chegar a casa, a Becas, o Sebastião e a Sofia vão olhar para mim com os mesmos olhos amorosos de sempre. E vão encostar a cabeça às minhas pernas e pedir festinhas. Não vão pedir mais nada. E, até morrerem, vão gostar de mim.

Como sabem, gosto de coisas simples, definidas e limpas. Esta é, claramente, uma delas.

Beijos & Abraços,

MP

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