domingo, 29 de setembro de 2013

Da Amizade

Caros,

Como tenho muito poucos amigos, posso não ser a pessoa mais indicada para escrever sobre este tópico. Ou, se calhar pelo mesmo motivo, possa até estar habilitado. Decidam vocês. :)

Devo começar por dizer que considero inadequadas aquelas idéias de "amizades leves". Dos amigos que podem passar anos sem se falar, mas que um dia se encontram e tudo está como se tivessem falado no dia anterior. Não digo que não aconteça aqui e ali. Mas é raro. E não é para mim.

Podia, se quisesse que este texto fosse muito curtinho, definir as amizades que considero verdadeiras como "intensas". Para mim, tudo o que é mesmo verdadeiro, é intenso. Vive-se com força. Com vontade. A base é, portanto, esta.

Penso que a amizade como sentimento é menosprezada e levada muitas vezes de forma leviana. Há quem chame amigo a qualquer um. E que, portanto, tenha para aí 300 amigos. É divertido e os momentos bons são maravilhosos. Mas é vazio. E esse vazio nota-se quando se precisa de um amigo. Quando se quer alguém por perto e, daqueles 300, às vezes não fica nenhum. Ou ficam 2. Tão poucos...

Os amigos verdadeiros são presentes. Procuram-se com regularidade. Querem-se por perto. E hoje, com os telemóveis, os sms, os chats e afins... É tão fácil. Haja vontade. Percebam que a amizade implica um sentimento de "gostar de", de cumplicidade, de partilha, de confiança, de interesse, de preocupação com o outro. E isto não é drama nem lamechice. É assim mesmo.

Arrisco mesmo a dizer que eu não preciso de dizer aos meus amigos que preciso deles. Porque eles conhecem-me o suficiente para saber. E porque estão presentes o suficiente para ver as minhas mudanças de comportamento e de humor. Quando algo se passa e ninguém nota, algo está errado. Ou sou eu que sou muito bom actor, ou... ninguém anda atento. E a atenção também faz parte. Da minha parte, acreditem, ando atento.

Não dá para ter medo de brigar com um amigo. Andar a medir palavras é contra-producente numa relação que se quer aberta e verdadeira. Acho que basta ter a consciência de estarmos a brigar por uma boa causa e com intenções verdadeiras e boas.

Penso que já deu para perceber que, com aqueles a quem chamo e considero amigos, sou exigente. :) Mas também não é por muito tempo. Se as pessoas não estiverem para aí viradas, não posso, não quero, nem devo obrigá-las a nada. Passam rapidamente a fazer parte do lote dos conhecidos (esses sim, são muitos). Mas dos amigos espero tudo o que já referi acima. E dou tudo (salvo seja). E, quem me conhece, sabe que estou SEMPRE pronto para ajudar e estar presente, nem que seja para ouvir. Penso que haverá poucas sensações tão calorosas e confortáveis como a de sentir-se acompanhado seja em que situação for.

Acho que quem quiser entender este texto com um aviso à navegação, pode fazê-lo. Estejam à vontade. É que, de qualquer forma, o resultado será sempre positivo. Nem que seja pelas revelações que daí possam surgir. :) Mas não me façam perder tempo com coisas que não valem a pena.

Amizade é, para mim, amor sem sexo e sem amassos. E sem sentimentos de exclusividade. De resto, está tudo lá. E conheço casos em que até o sexo e os amassos lá andam. Mas isso já dava para escrever mais um texto.

Este texto até pode ser demasiado curtinho para um sentimento tão intenso. Mas a simplicidade da coisa torna tudo mais imediato. É que, como em quase tudo na minha vida, a minha postura é a mesma: ou se é amigo, ou não se é. Simples. :)

Beijos & Abraços,

MP






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