quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Das Palavras e Ds Atitudes

Amiguinhos,

Vai haver sempre quem fale e quem faça. Pessoalmente prefiro os que fazem. Mas tenho uma admiração tremenda por aqueles cujos actos acompanham as palavras. A coerência entre atitudes e palavras é para mim uma virtude. Que cada vez menos malta tem.

Devo confessar que uso muito as palavras. Falo e escrevo muito. Mas, ou por feitio ou por ter mesmo interiorizado o que digo e o que escrevo, acabo depois por fazer corresponder essas palavras às atitudes que tenho. E à minha maneira de lidar com a vida. Nem sempre a coisa corre bem. E as atitudes podem não ser sempre as mais correctas. Mas a ideia é ser fiel ao que se diz.

Associada à diferença entre palavras e atitudes está sempre a ideia de desilusão. Ou de surpresa. Também há quem fale de uma forma desprezível e depois se revele um ser humano bonito. Pelas atitudes que tem. Por outro lado, quem apregoa aos 4 ventos que é assim ou assado e que vai fazer isto ou aquilo deve, depois, ser ou fazer aquilo que apregoou. Para o bem e para o mal. Podem até ser reles e ter mau feitio. Mas são coerentes. E a coerência faz-nos saber com o que contamos.

O inverso é chato. Quando se diz que se é assim ou se vai fazer alguma coisa, as pessoas ficam a contar com isso. Novamente, para o bem e para o mal. E os mais precavidos até se preparam para isso. Os mais crentes acreditam e até esperam o que por aí vem. E depois, na ausência das atitudes apregoadas, aparecem surpresas. Agradáveis ou não. Quando são agradáveis, do mal o menos. Que venham as coisa boas! :) Quando são desagradáveis, lá se instala a tal desilusão. E, quer queiramos quer não, nunca mais olhamos para a outra pessoa da mesma forma. É natural que assim seja. É humano que assim seja. E ninguém nos pode censurar por isso. Já perdi a conta ao número de pessoas que disse "vou estar sempre aqui" ou "eu não sou assim" ou "eu sou diferente". E depois... não estavam e não eram. :)

Atenção: pensar melhor e andar para trás também é humano. Aí deve ter-se a humildade de explicar. De pedir desculpa. De avisar. Ou seja: uma frontalidade educada aplicada nas alturas certas evita desilusões. E evita que os outros tenham de nós uma ideia que, de outra forma, é perfeitamente legítimo que tenham.

Assim sendo, opto por, com algumas pessoas, não ter expectativas. Por não esperar delas coerência. É uma espécie de mecanismo que me permite aborrecer-me menos. Fazendo isto, tenho a certeza que as coisas boas que vierem, são surpresas. E as más... já estava à espera. 

Não posso deixar de vos dizer que considero todo este pensamento um bocado deprimente. E vou sonhar sempre com uma situação ideal, feita de pessoas e situações ideais. Se tiver de me isolar um bocadinho, que seja. Mas nos meus sonhos e pensamentos ninguém mexe. Porque nos meus sonhos a realidade pode até ser virtual. Mas é também potencial. Pode acontecer. E deixar de acreditar é, para mim, sufocante. E seca-me. E mata-me um bocadinho. E eu, enquanto for vivo, quero ESTAR vivo. Mesmo que seja só para mim. Mesmo que seja com um sorriso aparvalhado na cara. :)

Beijos & Abraços,

MP


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