quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Das Decisões

Caríssimos,

A tomada de decisões é uma constante nas nossas vidas. Seja pela frequência com que as tomamos ou pela necessidade absoluta de seguir em frente, num processo de amprendizagem constante.

Desde a escolha da roupa que vamos levar, ao caminho que vamos tomar para o trabalho, passando pela contnuidade (ou não) de uma relação, tudo obriga a escolhas. Não há volta a dar. Há coisas pequenas que são automáticas e quase inconscientes. E que não obrigam a muita reflexão. E depois há as outras...

Quando se trata de decisões mais importantes, o caso muda de figura. Porque a consciencialização dos prós e dos contras obriga-nos, muitas vezes, a reflexões mais profundas. E, em alguns casos, dolorosas. Mas que têm mesmo de ser feitas. Se não, não há quem aguente. Tenho para mim que é melhor tomar decisões (ainda que desgradáveis), do que andar a "empurrar com a barriga" soluções necessárias e, nos piores casos, urgentes. É que adiar é o caminho mais fácil. E, por não ser definitivo, menos doloroso. Mas quando se é consciente e se valoriza a sanidade mental, torna-se insuportável não decidir.

Podem também argumentar que tomar decisões é desnecessário. Que basta deixar andar. Não vou negar que é uma ideia válida. Mas é própria de quem é fraco de espírito. Reparem: ser fraco de espírito só por si, pode até nem prejudicar ninguém. O problema é que esta fraqueza vem normalmente acompanhada de um egoísmo muito próprio. E, mesmo sendo inconsciente, magoa as pessoas com quem nos relacionamos. Porque os fraquinhos querem é que, para eles, esteja tudo bem. Até se podem esconder por trás de posturas do género "mas eu até nem faço mal a ninguém" ou "só quero é que me deixem quieto". Mas destes... não reza a História.

Então que se decida. Que se pese os prós e os contras. E que se tome decisões em consciência. Para o bem e para o mal. Porque o que se ganha é o encerramento de assuntos e de processos que, muitas vezes, são dolorosos e penosos. Porque o torpor em que se entra quando se adia sucessivamente não é saudável para ninguém.

Digo eu que a parte mais difícil da tomada de decisões vem depois. Vem da responsabilidade de viver com o que se decidiu e com as consequências que daí adveem. Aqui é que se vê a força de carácter das pessoas e a vontade de seguir em frente e poupar os outros a tristezas prolongadas e desagradáveis.

Nada precisa de ser definitivo e fatalista. Podemos sempre voltar atrás. Porque voltar atrás é mais um processo de tomada de decisão. E aqui é precisa mais determinação e mais humildade. E o assumir de erros em decisões prévias. Esta "carta branca" para voltar atrás não deve ser entendida como leviana e perdulária. Deve ser usada com responsabilidade e procurando um equilíbrio entre cabeça e coração.

Admitir que se está errado é nobre. Mas andar sempre a cometer erros em relação ao mesmo assunto... é pouco inteligente. E, nos piores casos, é desumano.

Beijos & Abraços,

MP



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